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Mulher e mãe:Solteira
9 de janeiro de 2017

Os episódios de depressão começaram há 7 anos, após minha terceira crise de PTI (Púrpura Trombocitopênica Idiopática ou Imonológica). É uma doença auto-imune que se caracteriza pela falta de plaquetas necessárias para que o sangue coagule. O organismo mesmo produz anticorpos contra as plaquetas, como se elas fossem corpos estranhos e isso causa a diminuição delas. Assim, o corpo fica cheio de hematomas, mesmo que não haja batidas. Pode haver sangramentos cutâneos, mucosos ou  gastrointestinais. Não podia fazer unha pra não correr o risco de haver algum corte, porque o sangue não para de sair. E também não podia menstruar, porque poderia ter hemorragia, então emendava uma cartela de  anticoncepcional na outra. 
Muita gente que me conhece não sabe, mas luto contra a ansiedade e depressão. Faço terapia, vou ao psiquiatra (mesmo que esporadicamente), tomo medicações, etc.



O tratamento inicial da PTI, é feito com Corticóides, que deixam o corpo mega inchado, atinge o sistema nervoso, engorda, causavam taquicardias horríveis e eu vivia achando que ia morrer numa delas. Fiquei na UTI com 1.000 plaquetas já. Esse episódio me causou muitas sensações de morte, eu vivia irritada, estressada, tinha vontade de matar as pessoas, tal era o meu nervosismo, efeitos da medicação e do medo que a doença causa.
Enfim, perdi um namorado na época, de quem gostei muito, mas devido ao meu comportamento, acabei por estragar o relacionamento. Depois comecei a fazer terapia, melhorei e fui viver a vida. Após um tempo, comecei a namorar o pai da minha filha e meses depois engravidei. Por negligência minha. O namoro durou pouco, porque ele não estava nem aí pra mim e eu não via isso. Ou não queria ver. Nessa época eu tomava Sibutramina pra emagrecer e isso me deixava muito irritada, porque mexe com o sistema nervoso. Então, ele quase não atendia minhas ligações, não retornava, vivia só no videogame e só nos dávamos bem na cama. Por isso eu brigava muito com ele. Não chegamos nem a terminar, simplesmente um dia paramos de nos procurar e uma semana depois descobri que estava grávida. 
Mesmo sendo muito difícil passar uma gravidez estando solteira e sem a ajuda do pai, a vinda da minha filha me ajudou muito na depressão. Eu tinha uma tristeza por ter que passar por tudo sozinha, mas não era a depressão. Foquei na minha filha e fiquei durante três anos bem, estável. Nesse período, não me tratava com remédios, já não ia mais à terapia, só aproveitei a maternidade.
Só que comecei a ter palpitações. Muitas vezes durante a semana. Até ter todos os dias. Fui ao cardiologista, fiz exames e ele me disse que era emocional. Nada no coração. Daí em diante me enfiei nos remédios. Comecei com o Rivotril por conta própria, porque acalmava meu coração e minha ansiedade. Me sentia ansiosa em vários momentos do dia e até quando não me sentia ansiosa, o coração batia descompassado, junto com a falta de ar. Comecei a tomar Sotalol pra largar o Rivotril – que é pra quem tem arritmia – ele acalmava meu coração. Mas a ansiedade continuava. Enfim, fui tomando vários remédios pra tudo e a palpitação não me deixava.
Antes de minha filha fazer 2 anos, comecei a namorar. Era um namoro tempestuoso no início, porque o cara não queria controle, dizer no mínimo onde estava, não tinha hora pra aparecer e eu sou possessiva. Gosto de saber onde a pessoa está, com quem e que me avise sobre tudo. Se marcar, cumpra. Se disser que vai ligar, ligue. E isso causava brigas. Mas depois tudo começou a entrar nos eixos e juntos nos divertíamos muito. Saímos muitas vezes a três: ele, minha filha e eu. Algumas vezes também com o filho dele. Aquele rapaz passou a fazer parte dos meus dias. Achava que tinha encontrado o cara certo, meu futuro marido. Minha filha o amava. Ele a tratava como filha.
Mas a ex dele nunca desistiu. Corria atrás dele insistentemente, sem cansaço, sem critério, sem desistência. E ele me traiu com ela. Pela insistência dela, ele cedeu, mesmo me dizendo a todo momento que a odiava.
Dali, eu que estava tão bem, mesmo tenho algumas palpitações, desabei. Minha vida emocional parou. Parece que algo morreu dentro de mim. Toda a esperança de ter alguém que me respeitasse se desfez.
E aqui estou eu com a vida sentimental parada e a emocional desequilibrada. Toda a depressão voltou. Palpitações contínuas. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA. Remédios por conta própria. Um câncer de colo de útero. Aí, pronto! Não sobrou nada de equilíbrio mental. Saí da igreja, voltei às bagunças, fui ao psiquiatra pra tomar remédios receitados por ele, fiz terapia, arrumei alguns “namoricos” que não passam de  poucos meses.
Minha vontade de fazer papel de mãe e pai? Não tenho. Finais de semana, vontade de ficar em casa deitada ou sair sozinha.  Ansiedade contínua. Doutor diz que não vai aumentar dose de remédio, que só vou melhorar com terapia. Terapias maçantes e vazias.
Meu ex? Arrumou logo uma namorada, engravidou a menina, noivou, casou e já a engravidou de novo. 
O pai da minha filha? Vai bem, obrigada. Tem um bom carro, uma namorada feliz com a vida, um videogame de última geração com jogos de R$300,00 pagando pensão porcamente.
Eu continuo aqui, dia após dia lutando contra meus medos, barreiras, ansiedade e depressão. Me sentindo sozinha, perdida, arrumando diversões, contando moedas... Mas eu e minha filha com saúde... É o que dizem que importa, né?
Então, tá.
:/

24 comentários:

  1. nivia! hpomens sempre saem na melhor. o babado fica sempre nas mãos da mulher. e a responsabilidade, também.

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  2. Pois é, eles não se prendem a nada. E a mulher fica estagnadas por algum tempo.

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  3. Oi!
    Minha mãe também foi mãe solteira, meu pai é e sempre foi um idiota.
    Já dei conselhos pra diversas pessoas perto de mim, minhas amigas já passaram por situação parecida, e te digo uma coisa que disse para elas: Não desista do amor. Procure ajuda, foque novamente em sua filha, que é seu bem mais precioso. Lute por você, e por ela. Não desiste.

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    1. Sempre acho que desisti, mas daí... pá!! me apaixono de novo e de novo e de novo!!! Estou lutando e as coisas vão mudar!

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  4. Nossa amiga, adorei sua história de vida, embora seja triste. Você ainda vai vencer muito na vida. Te desejo tudo de bom e continue assim, essa mulher batalhadora, firme e destemida. Viva e aproveite o máximo dá vida junto com sua filha! 💜
    Te desejo tudo de bom! ♥️💜💜

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    1. Sim, tenho tomado fôlego e buscado coragem pra continuar!! Minha filha me inspira pra isso!

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  5. Oie, tudo bem? Acredito que independente do que tenha acontecido, devemos erguer a cabeça e seguir em frente. O passado foi feito para ser deixado lá, devemos em mente só as lições aprendidas. No início é difícil? Pode ser, mas tudo começa com um primeiro passo. Você tem saúde, tem sua filha, não tem porque se lamentar. Se não conseguir por você mesma, tente pela sua filha. Tudo com certeza será melhor se deixar o passado pra trás. Beijos, Érika ^^

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    1. Sim, percebi que minha vida virou um muro de lamentações. Busco todo o tempo superar tudo e seguir, esquecendo o passado. Pena que o passado influencia tanto no meu presente. Estou tentando não deixar que interfira no meu futuro.

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  6. Respostas
    1. Infelizmente é o relato da minha vida e escrevo porque sei que pessoas passam pelo mesmo que eu e também estão buscando forças pra lutar.

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  7. Só uma coisa, do fundo do meu coração: lhe desejo toda a força do mundo. Não lhe desejo sorte pois essa somos nós que a conquistamos. Desejo-lhe força e muita vontade de viver e de superar isso. Eu própria sei bem como é estar na fossa e mesmo assim, por mais que já tenhamos sofrido, também sei que jamais compreenderemos verdadeiramente o sofrimento do outro, então não posso dizer que a entendo verdadeiramente, mas me sinto profundamente solidária com a sua angústia!
    Sou estudante de psicologia e agora, mais do que nunca, tendo a valorizar e a empatizar com o sofrimento do outro. Sinta-se à vontade para ir até ao meu blogue e lá encontrará como me contactar, se precisar de algo.
    Tudo de bom para si e muito amor <3

    Pseudo Psicologia Barata

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    1. Obrigada, Bia. A empatia é o que ainda nos move. Também estudo psicologia e, além de me entender, espero poder ajudar pessoas, independente da minha história. Aliás, pretendo usá-la pra ajudá-las, embora agora precise mais de ajuda do que posso oferecer.

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  8. Nívia, seu desabafo me chocou bastante. Primeiro, gostaria de lhe desejar melhoras em sua saúde e cuide da depressão, viu, querida. Deus te ama! Nunca se envergonhe quando precisar de pedir ajuda. Que Deus a ilumine! Sinceramente, não nem por onde começar, rs. Apenas saiba que você, com certeza, se não é especial para muito gente, é para sua filha, sua família e seus amigos.

    Deus é bom mesmo que não pareça as vezes!

    Sobre o seu ex que não honrar com as responsabilidades de pai, uma vergonha para ele e sua própria consciência, mas, que tal entrar na justiça contra ele?

    FORÇA!

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    1. Obrigada, Rob. Estou me cuidando e melhorei muito. As coisas vão melhorar ainda mais...

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  9. A ansiedade é algo que preciso combater a cada momento da mibha vida, por isso sou cheia de listras e planejamentos. Mas é importante que você ergua sua cabeça e siga em frente, por mais difícil seja não gerar a ansiedade, se torna mais fácil conforme aprendemos a respirar fundo e buscar o melhor. Bjim

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  10. Primeiramente parabéns pela sinceridade! Sua história é difícil, você tem alguns problemas, mas quem não os tem? O que você precisa focar é em suas competências e qualidades. A fim de explicar e relatar a sua vida a partir de si mesma e de suas peculiaridades e não dos homens que teve e com os quais não teve relacionamentos que lhe renderam consequências desagradáveis. Linda, nunca se esconda atrás de sua doença e de suas limitações. Eu lí outros textos seus e me apaixonei pela sua escrita, pela forma realista que descreve ou transcreve suas experiências cotidianas, mas não é tempo de lamentar-se. É tempo de ressurgir! Não é discurso "deboísta" É um conselho.

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    1. Foco, foco, preciso mesmo é de foco!

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    2. Realmente virei um muro de lamentações e isso não me alegra. rsrsrsr

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  11. Meu pai sofre de depressão e eu sei como é horrível, mas deus vai dar forças a você!

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  12. Sofro de ansiedade, as vezes acho que vou entrar em depressão profunda, não desejo para ninguém!
    rascunhandoavidaa.blogspot.com.br/

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  13. Menina que relato o seu... Eu sei bem o que é a depressão, passei por uma em 2013/2014 fortíssima, de nem sair de casa, foi só em 2015 que comecei a me recuperar e parei com os remédios. Mas fique firme, você também consegue, sei que é muito difícil, mas não desista de você!

    bjus
    Ari ♥
    De volta ao retrô

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  14. Oi Nivia,
    Primeiro de tudo, você tem que aprender a se dar valor, menina!
    Você engravidou por descuido SÓ seu?? Seu ex cedeu SÓ por insistência dela?? Ninguém faz nada que não queira, não!
    Mas a depressão e a ansiedade fazem isso mesmo com a pessoa: que ela se sinta culpada pelas coisas que os outros fazem de mal a ela.
    A terapia ajuda e muito, mas você deve encontrar um terapeuta que se ajuste a você.
    Procure ajuda! Ninguém merece sofrer, e depressão e ansiedade, apesar de serem doenças graves, têm cura!

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  15. Ambas as doenças são bem complicadas. Tenho gente próxima a mim que sofre de depressão e outras que já passaram por isso. E eu própria que sofro de ansiedade e sei o quanto isso é ruim. Gostei muito do seu post. Parabéns pelo blog!

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Aos 34 anos, sagitariana com ascendente em capricórnio (discordo, mas fazer o quê?!), do Rio de Janeiro (com louca vontade de morar num lugar tranquilo), estudante de psicologia (mas cheia de problemas de cabeça. rsrrsrsrs), mãe e pai da pequena Bia, de 5 anos. E esse blog fala da nossa trajetória, dos meus sentimentos, minhas muitas lamentações, etc.
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